terça-feira, 21 de junho de 2011

CORPUS CRISTI

Origem da Solenidade de Corpus Christi

No século XIII nasceu um Movimento Eucarístico que deu origem à Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento
Na Idade Média, os homens tinham uma devoção enlevada pela pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Para libertar seu túmulo dos pagãos muçulmanos fizeram cruzadas.

A história da festa de Corpus Christi tem origem nessa devoção.

Pelo fim do século XIII, na Abadia de Cornillon, em Lieja, Bélgica, nasceu um Movimento Eucarístico que deu origem à Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos na elevação na Missa e a própria festa do Corpus Christi.

A abadessa Santa Juliana de Mont Cornillon ardia em desejos de que o Santíssimo Sacramento tivesse uma festa especial.

Ela teve uma visão em que a Igreja aparecia como uma lua cheia com uma mancha negra, sinal da ausência da solenidade.


O hino “Ave Verum” (“Salve, ó verdadeiro corpo”)

Elevação na Missa, Dorchester Abbey, ©Fr Lawrence OP
Na Idade Média foram compostas muitas músicas e poesias religiosas em louvor do Santíssimo Sacramento.

Esta grande devoção teve, aliás, imenso incremento no período medieval. Podemos então dizer que ela ‒ aperfeiçoada pela Contra-Reforma ‒ chegou até nós impreegnada do perfume da Idade Média.

A presencia real de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade na Sagrada Eucaristia está fundamentada nas próprias palavras de Cristo na Última Ceia: “Este é meu corpo, esta é minha sangue”.

A Fé na presença real de Cristo na Eucaristia foi professada universalmente por toda a Igreja desde sua fundação.

Só com o protestantismo que apareceram contestações, aliás mais próximas da chicana do que qualquer outra coisa. Foram sobejamente refutadas pelos Doutores e notadamente pelo Concílio de Trento.

Na crise da fé no século XX, reapareceram falsos teólogos que pretenderam reviver os erros protestantes com outro nome.

É o malfadado progressismo, que tem menos fundamento na verdade do os próprios protestantes. Todos esses erros acabarão ficando à margem da História, como já ficaram os de Calvino, Zwinglio, Melanchton ou Lutero.

Elevação do cálice na Missa, Dorchester Abbey, ©Fr Lawrence OPNo século XI, portanto em plena Idade Média, a Igreja aprofundou o estudo racional da Presença Real.

Esse genuíno desenvolvimento do dogma católico gerou um grande movimento de piedade eucarística.

Um dos seus momentos culminantes foi a instituição da festa de Corpus Christi, em 1264.

Como o povo penetrado de verdadeira fé aspirava ver a Deus feito carne na Hóstia consagrada, foi introduzido na Missa o rito da elevação. Ele acontece logo depois da Consagração.

Durante a elevação, os medievais faziam soar um sino especial, e os fiéis espalhados pela catedral ou pela igreja acorriam para ver e adorar a Hóstia divina.

Também se acendia um círio num alto candeeiro. Posteriormente acendeu-se um castiçal pequeno, também chamado de palmatória, que assim ficava até a comunhão, para significar a presença real de Cristo na Eucaristia.

Nesses felizes tempos medievais em que florescia a fé foram compostos vários hinos ao Santíssimo Sacramento cantados até hoje, ou, pelo menos, até que a desordem progressista não os bloqueou. É de se esperar que essa sabotagem não dure muito.

São Tomás de Aquino, VaticanoEntre esse hinos fiéis reflexos do dogma católico figura o Ave Verum em posição de destaque.

Ele cantava-se especialmente após a Consagração, quando o verdadeiro corpo de Cristo estava realmente presente no altar, pois o hino começa “Salve, ó verdadeiro corpo”.

A maioria dos autores concorda em atribuir a autoria a São Tomás de Aquino (+ 1274).

Ele fez outros hinos também famosíssimos, cheios de lógica e unção, consagrados a Cristo Sacramentado.

Citemos, pelo menos, o Pange língua, o Verbum supernum prodiens, o Sacris sollemnis, o Adoro te devote e a não menos divinamente inspirada seqüência Lauda, Sion, Salvatorem.


Clique aqui para ouvir (Coro da TFP americana):


Ave verum corpus natum de Maria Virgine
Salve, ó verdadeiro corpo nascido da Virgem Maria

Vere passum, immolatum in cruce pro homine
Que verdadeiramente padeceu e foi imolado na cruz pelo homem

Cuius latus perforatum fluxit aqua et sanguine
De seu lado transpassado fluiu água e sangue

Esto nobis praegustatum mortis in examine
Sê para nós remédio na hora tremenda da morte

O Iesu dulcis, o Iesu pie, o Iesu fili Mariae.
Ó doce Jesus, ó bom Jesus, ó Jesus filho de Maria.

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