segunda-feira, 31 de agosto de 2009

SÃO MIGUEL ARCANJO

São Miguel Arcanjo

São Miguel: "Quem é como Deus?"

Em hebraico mîkâ'êl significa: "Quem (é) como Deus?"

Nas Escrituras vemos referência nominal ao Arcanjo São Miguel em quatro passagens: duas delas na profecia de Daniel (cap. 10, 13 e 21; e cap.12, 1); uma na Epístola de São Judas Tadeu* (cap. Único, vers. 9) e a última no Apocalipse (cap. 12, 7-12).

No livro de Daniel, esse Santo Arcanjo aparece como "príncipe e protetor de Israel", que se opõe ao "príncipe" ou celestial protetor dos persas. (Nas Escrituras os Anjos chamados com freqüência príncipes).

Segundo São Jerônimo e outros comentadores, o Anjo Protetor da Pérsia teria desejado que ficassem ali alguns judeus para mais dilatarem o conhecimento de Deus; porém São Miguel teria desejado e pedido a Deus que todos os judeus voltassem logo para a Palestina, a fim de que o templo do Senhor fosse reconstruído mais depressa.

Essa luta espiritual entre os dois Anjos teria durado vinte e um dias.

São Judas Tadeu, na sua Epístola (vers. 9), alude a uma disputa de São Miguel com o demônio sobre o corpo de Moisés: o glorioso Arcanjo, por disposição de Deus, queria que o sepulcro do Profeta permanecesse oculto; o demônio, porém procurava torná-lo conhecido, com o fim de dar aos judeus ocasião de caírem em idolatria, por influência dos povos pagãos circunvizinhos.

No Apocalipse, São João apresenta São Miguel capitaneando os Anjos bons, em uma grande batalha no céu contra os Anjos rebeldes, chefiados por Satanás, ali chamado dragão, o qual é precipitado nos abismos infernais junto com seus sequazes (Apoc 12, 7-12).

A Igreja não definiu nada de particular sobre São Miguel, mas tem permitido que as crenças nascidas da tradição cristã a respeito do glorioso Arcanjo sigam livre curso na piedade dos fiéis e na elaboração dos teólogos.

Há uma piedosa crença de que São Miguel era, no Antigo Testamento, o defensor do povo escolhido – Israel; e hoje da Igreja.

O que está em consonância com o que é dito no livro de Daniel: "Eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes. ... Miguel, que é o vosso príncipe" – isto é, dos judeus (Dan 10, 13 e 21). "Se levantará o grande príncipe Miguel, que é o protetor dos filhos do teu povo" – o povo de Israel (Dan 12, 1).

A crença de que São Miguel é o Anjo Protetor da Igreja é muito antiga, sendo já confirmada pelo Pastor de Hermas, célebre livro cristão do século 2º, no qual se lê: "O grande e digno Miguel é aquele que tem poder sobre este povo" (os cristãos).

Ademais, ela é partilhada pelos teólogos e pela própria Igreja, que a manifesta de muitas maneiras.

Uma segunda crença geral é a que São Miguel tem também o poder de admitir ou não as almas no Paraíso.

No Ofício* deste Santo Arcanjo, no antigo Breviário Romano*, São Miguel era chamado Guarda do Paraíso, ao qual o próprio Deus se dirige nos seguintes termos: "Eu te constituí chefe sobre todas as almas a serem admitidas".

E na Missa pelos defuntos rezava-se: "Ó Porta-estandarte São Miguel, conduzi-as à luz santa".

Ainda uma terceira crença, ou melhor, opinião, é a de que São Miguel ocupa o primeiro lugar na hierarquia Angélica.

Sobre este ponto há divergência entre os teólogos, mas tal opinião tem a seu favor vários Padres da Igreja*, gregos, e parece ser corroborada pela liturgia latina, que se referia ao glorioso Arcanjo como "Príncipe da milícia celeste, a quem honram os habitantes do Céu"; e pela liturgia grega que o chama Archistrátegos, isto é, Generalíssimo.

Na Idade Média, São Miguel era padroeiro especial das Ordens de Cavalaria*, que defendiam a Cristandade contra o perigo maometano.

(Fonte: "Os Santos Anjos Nossos celestes protetores, Autor: Plínio Maria Solimeo – Editora Artepress – http://www.livrariapetrus.com.br/)

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